Tipologia Morfológica
Este blog tem como objetivo inicial fazer algumas reflexões
sobre aspectos morfológicos e linguísticos das línguas modernas, uma vez que há
muitas características que ainda precisam ser estudadas para que possamos
discutir meios de usar este aprendizado em sala de aula.
Para que o leitor não fique confuso, em primeiro lugar,
vamos definir o que é e o que estuda a morfologia??
A morfologia, em linhas gerais, estuda a forma interna da
palavra. Ainda segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (2001), significa:
estudo da forma, da configuração, da aparência externa da matéria. As línguas
são constituídas de muitas palavras, nesse sentido, grandes estudiosos ao longo
dos anos veem buscando compreender as línguas, e ao mesmo tempo comparar
aspectos que são muito comuns em diferentes idiomas. Nessa primeira postagem,
nos dedicaremos a mostrar, de forma simples, a tipologia morfológica
reorganizada por August Schileicher (1821-1868), que postulou que as línguas se
dividiram em três tipos. Aqui demonstraremos quatro tipos.
- Isolantes: Nas línguas isolantes, as palavras são raízes, isto é, as palavras não podem ser segmentadas em elementos menores, com informação gramatical e/ou significado lexical. Alguns exemplos de línguas isolantes são o Chinês e o Vietnamita.No Brasil, também há uma língua isolante, a língua Yuhup (indígena) com cerca de 80% das suas raízes morfológicas monossilábicas, também é uma língua tonal, porém não possui registro ortográfico.
- Aglutinantes: Nas línguas aglutinantes, as palavras combinam raízes e afixos distintos para expressar as diferentes relações gramaticais. O Turco, o Japonês e o Húngaro são geralmente classificados como aglutinantes.
- Flexionais: Nas línguas flexionais, as raízes se combinam a elementos gramaticais, que indicam a função das palavras e não podem ser segmentadas na base de um som e um significado, ou um afixo para cada significado gramatical, como nas línguas aglutinantes. Como exemplos de línguas flexionais temos o Russo, o Latim e o Grego antigo.
- Polissintéticas: As línguas polissintéticas (ou incorporântes) fazem grande uso de afixos e frequentemente incorporam o que outras línguas expressariam por meio de nomes e advérbios a elementos que se assemelham a verbos. São identificadas como polissintéticas a língua Inuktitut (Irlanda) e algumas línguas indígenas americanas.
É importante ressaltar que nenhuma língua é exclusivamente
isolante, aglutinante, flexional ou polissintética, o que acaba acontecendo é
que a classificação de uma língua é baseada nos dados que formam a "maioria" das
palavras, e por consequência, recebem uma classificação”x”.
No link que segue, vocês virão 2 tipos de língua diferentes, uma flexional (português) e outra isolantes (inglês), Boa Sorte - Good Luck, cantada pela cantora brasileira Vanessa da Mata e o cantor norte-americano Ben Harper.
Na seguintecharge temos mais um exemplo de língua flexional!
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Escrito por:
Tatiany Carvalho e Grace Kelly Valeras.
Referências:
Tipologia Linguística - Línguas analíticas e Línguas sintéticas.
Disponível em: <http://www.filologia.org.br/soletras/11/11.pdf>
A ESCRITA DOS YUHUPDEH - O Registro Ortográfico de Uma Língua Indígena
do Alto Rio Negro.
do Alto Rio Negro.
Disponível em: <http://www.revista.antropos.com.br/downloads/A%20Escrita%20dos%20Yuhupdeh%20-%20Artigo%20-%20C%E1cio%20e%20Elis%E2ngela%20Silva.pdf>
PETTER, M. M. T. “Morfologia”. In.: FIORIN, J. L. (org.) Introdução à linguística
(vol. 2). São Paulo:Contexto, 2005.
Vídeo, disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=v4k6JgC7UVA>
Imagem 1, disponível em: <http://vestibular.uol.com.br/album/2013/08/23/confira-dez-temas-importantes-de-espanhol-para-o-vestibular.htm#fotoNav=1>