segunda-feira, 14 de abril de 2014

Tipologia Morfológica



Este blog tem como objetivo inicial fazer algumas reflexões sobre aspectos morfológicos e linguísticos das línguas modernas, uma vez que há muitas características que ainda precisam ser estudadas para que possamos discutir meios de usar este aprendizado em sala de aula.

Para que o leitor não fique confuso, em primeiro lugar, vamos definir o que é e o que estuda a morfologia??

A morfologia, em linhas gerais, estuda a forma interna da palavra. Ainda segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (2001), significa: estudo da forma, da configuração, da aparência externa da matéria. As línguas são constituídas de muitas palavras, nesse sentido, grandes estudiosos ao longo dos anos veem buscando compreender as línguas, e ao mesmo tempo comparar aspectos que são muito comuns em diferentes idiomas. Nessa primeira postagem, nos dedicaremos a mostrar, de forma simples, a tipologia morfológica reorganizada por August Schileicher (1821-1868), que postulou que as línguas se dividiram em três tipos. Aqui demonstraremos quatro tipos.


  • Isolantes: Nas línguas isolantes, as palavras são raízes, isto é,  as palavras não podem ser segmentadas em elementos menores, com informação gramatical e/ou significado lexical. Alguns exemplos de línguas isolantes são o Chinês e o Vietnamita.No Brasil, também há uma língua isolante, a língua Yuhup (indígena) com cerca de 80% das suas raízes morfológicas monossilábicas, também é uma língua tonal, porém não possui registro ortográfico.


  • Aglutinantes: Nas línguas aglutinantes, as palavras combinam raízes e afixos distintos para expressar as diferentes relações gramaticais. O Turco, o Japonês e o Húngaro são geralmente classificados como aglutinantes.


  • Flexionais: Nas línguas flexionais, as raízes se combinam a elementos gramaticais, que indicam a função das palavras e não podem ser segmentadas na base de um som e um significado, ou um afixo para cada significado gramatical, como nas línguas aglutinantes. Como exemplos de línguas flexionais temos o Russo, o Latim e o Grego antigo.


  • Polissintéticas: As línguas polissintéticas (ou incorporântes) fazem grande uso de afixos e frequentemente incorporam o que outras línguas expressariam por meio de nomes e advérbios a elementos que se assemelham a verbos. São identificadas como polissintéticas a língua Inuktitut (Irlanda) e algumas línguas indígenas americanas.

É importante ressaltar que nenhuma língua é exclusivamente isolante, aglutinante, flexional ou polissintética, o que acaba acontecendo é que a classificação de uma língua é baseada nos dados que formam a "maioria" das palavras, e por consequência, recebem uma classificação”x”.

No link que segue, vocês virão 2 tipos de língua diferentes, uma flexional (português) e outra isolantes (inglês), Boa Sorte - Good Luck, cantada pela cantora brasileira Vanessa da Mata e o cantor norte-americano Ben Harper. 

Na seguintecharge temos mais um exemplo de língua flexional!
imagem 1
Até a Próxima!!!

Escrito por:
Tatiany Carvalho e Grace Kelly Valeras.

Referências:



Tipologia Linguística - Línguas analíticas e Línguas sintéticas.
Disponível em: <http://www.filologia.org.br/soletras/11/11.pdf>

A ESCRITA DOS YUHUPDEH - O Registro Ortográfico de Uma Língua Indígena
do Alto Rio Negro.
Disponível em:  <http://www.revista.antropos.com.br/downloads/A%20Escrita%20dos%20Yuhupdeh%20-%20Artigo%20-%20C%E1cio%20e%20Elis%E2ngela%20Silva.pdf>

PETTER, M. M. T. “Morfologia”. In.: FIORIN, J. L. (org.) Introdução à linguística (vol. 2). São Paulo:Contexto, 2005.


Vídeo, disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=v4k6JgC7UVA>  

Imagem 1, disponível em: <http://vestibular.uol.com.br/album/2013/08/23/confira-dez-temas-importantes-de-espanhol-para-o-vestibular.htm#fotoNav=1>

2 Comentários:

Às 14 de abril de 2014 às 17:00 , Anonymous Anônimo disse...

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Às 14 de abril de 2014 às 17:12 , Blogger TATIANY disse...

As línguas isolantes foram as que me chamaram mais atenção por ter uma estrutura diferente do português, já que utilizam a tonicidade para diferenciar estruturas gramaticais. As línguas isolantes não possuem flexão, os seus morfemas são constituído de palavras que tem significado próprio e além disso, essas línguas tendem a ser tonais. No caso do chinês não existe mudança de número e os verbos permanecem imutáveis, não há mudança de tempo e número, e uma mudança tonicidade da pronúncia pode mudar todo o significado da palavra. E com isso a interpretação das palavras no contexto em que elas ocorrem é extremamente importante.

Grace Kelly Valeras

 

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